Não há, pois, autor no discurso publicitário, mas há necessariamente uma “fonte”, o anunciante, no dizer de Eduardo Camilo, que é quem, em última instância, lhe está na origem. O objectivo, no entanto, ou melhor dizendo, a intenção, essa, dá-se claramente ao discurso publicitário pela consequência que desencadeia no destinatário e que pretende atingir o seu comportamento, ou mesmo mais do que isso.
Ao ler Eduardo Camilo a ilusão dissipa-se-nos de encarar a publicidade como uma simples “empiria” (como dizia Platão da retórica) geradora de embuste. Ou, mesmo que o fosse, restaria sempre a árdua tarefa de desvendar os seus meandros.